quinta-feira, 25 de dezembro de 2014

sábado, 13 de dezembro de 2014

UMA CARTA AO MEU QUERIDO PAI




Saudade é sentimento que se sente de inúmeras formas:
saudade do tempo que se foi é saudade que traz nostalgia;
saudade do amigo distante é saudade que traz alegria;
saudade de casa;
saudade da cama;
saudade do cachorro...
São saudades que nos mostram o quão valiosas são essas "coisinhas".

Saudade de um beijo bom, de alguém especial, do carinho e da presença é saudade que vem acompanhada de frio na barriga, de pensamentos e de um leve sorriso no rosto. Quando se sabe desse alguém próximo e possível, a saudade é gostosa e saudável. Mas quando a saudade é de um amor não mais presente, aí ela machuca o coração.

Saudade de quem já se foi é a mais dura. Castiga o peito. Aperta. Dói demais. Chega faltar o ar. Essa vem com tudo: nostalgia, lembranças, pensamentos, lágrimas. Vem perguntando tanta coisa... tanta coisa sem resposta! Não escolhe hora nem lugar. Simplesmente vem, avassaladora. E a gente chora como se fosse uma criança buscando colo. Na verdade quando bate essa saudade, o que a gente quer mesmo é um colo, mas um colo que já se foi... A gente quer o abraço, mas o abraço que já se foi... E a gente quer as palavras, a presença, o jeito, a gente quer tudo de volta. Fica buscando isso em pensamento. Por isso dói, porque é uma busca de algo que não vem. Uma vã busca, mas que naquele momento, de certa forma, alimenta o espírito.

É... saudade nesse caso é bastante cruel. É um punho que envolve o coração e aperta sem piedade.

Saudade, falta. Saudade da pessoa, a falta que ela faz, o vazio que deixou. 

O tempo tem passado e me ajudado a sentir com menos dor. Mas ainda será preciso muito tempo para não doer mais.

Sinto por não estar mais aqui. Por não mais compartilhar de tudo o que temos feito e vivido. Mas você está em tudo, de alguma forma, participa de todas as coisas, porque não sai de minha cabeça nem de nossas vidas.

O melhor da saudade é saber que te levo sempre no meu coração. Caso contrário, saudade por quê?
Amo você acreditando que esse sentimento transcende qualquer barreira.


Natália Abreu

PARADIGMAS



Entre a clareza e a escuridão
Entre o real e a ilusão
Entre o sentimento e a razão
Entre o antebraço e a mão

Entre a saúde e a doença
Entre a fé e a descrença
Entre o compromisso e a indiferença
Entre a riqueza e a pobreza

Entre o acaso e a sorte
Entre a vida e a morte
Entre o tronco e o chicote
Entre o ator e o fantoche

Entre o público e o palco

Entre a terra e o asfalto
Entre a sola e o salto
Entre a planície e o planalto

Entre o humano e o desumano
Entre o epiceno e o soberano
Entre o sagrado e o profano
Entre a seda e o mulambo

Entre tantos paradigmas
Entretanto, sem dicotomias,
Todavia, entre; em meio de.

Entre tantos nós atados,
Por nós civilizados
Entretanto, nós em construção.

Todavia se transforma,
se mistura e se embola,
vai-se o tempo, faz-se história,
É o processo de transformação.


Natália Abreu

DAS COISAS EMPALHADAS


O que é que há, tamanduá?
As formigas já não estão mais lá.
Há uma hora estás aí parado
Faltas agora, madrugar!

O que é que há, tamanduá?
Que não se move do lugar,
Não queres mais fazer tua parte
Na cadeia alimentar?

Ora, ora... que arrogância!
Nem me ouves falar.
Deve estar sem ter respostas
Ao meu incessante questionar.

Tamanduá, tamanduá
Sua pelugem é peculiar
Não possui sequer a terra
Do seu natural habitat.

Que lócus é este que ocupas
Se não vi sol e nem luar
Nem vi cair as folhas
Nem tem vento a soprar?

Não há de haver mesmo formigas
E muitas horas há de aí ficar
Empalhado e sem instinto,
Já não és tamanduá.



Natália Abreu

sábado, 29 de novembro de 2014

Escuta



E muito caminhou tentando lugar.

Bate numa porta, bate noutra.

Mal podia se expressar.

Abriu a porta e lhe olhou nos olhos.

“Pois não, pode entrar”!

Fez silêncio para que falasse.

Começou a falar.

Ouviu.

Chorou.

Serviu-lhe mais ouvidos.

Até que calou.

Meia dúzia de palavras ousou.

Levantou.

Um sorriso estampou.

“Obrigada”, falou.

Era essa a “precisança”.

Um pouco de ouvido,

Um pouco de olhar,

Um pouco de importância.

Não era mais nada.

Era um sujeito que queria ser escutado

Por alguém que pudesse lhe ouvir.



Natália Abreu

Sobre o relativismo cultural


 

Entre nós há de haver algo em comum

Algo que independa do lugar

De cor,

De classe,

Religião.

Algo que seja a nós transmitido

Como base, educação

Entre nós a diversidade não pode

Ser barreira ou força

Que amordace nossa boca

E até nossas mãos

Há de haver o comum,

Que ecoa no norte e no sul

Há de haver...

Um grito no ocidente

Que se ouve no oriente

Mas que lá também se atente,

 O que é comum, então?

O repúdio ao sofrimento,

À escravidão?

À ausência total de liberdade?

Se entre nós há de haver a interseção

Que seja no mínimo,

A própria humanidade.



Natália Abreu

Saudade




 

Tantos falam tanto em saudade

E eu consigo apenas umas linhas...

Sei que a sinto latente,

De tantas coisas,

Tanta gente...

 

Hoje digo da saudade contente

Que trás à memória recente

Lugares, pessoas ausentes.

Espaço e tempo se tornam indiferentes.

Traz som, cheiro e cor ao presente.




Natália Abreu

De hoje


 
 

Fui para a fila.

Deixei a cama,

Deixei menino,

Deixei vasilha.

 

Fui para a fila.

Deixei a casa,

Deixei a fome,

A melodia.

 

Fui para a fila.

Deixei meu nome,

Deixei minha queixa,

Deixei minha vida.

 

E um pouco de cada um

À minha frente, ou atrás de mim

Ficou na fila

Que se desfez no fim do dia.

 

Amanhã devo voltar...





Natália Abreu

O sonho do menino


Um menino carrega consigo a esperança

De ser gente grande, gente importante na vida.

Ter um nome, uma casa, uma família.

Um trabalho do qual se orgulhe todo “santo” dia...


Não aborte a esperança do menino.

Que enquanto menino, carece sonhar.



Nabreu

sexta-feira, 21 de novembro de 2014

Conquista




É muito simples: se queres ser digno de confiança, seja confiável. Nem tudo se pede; conquista-se.


Nabreu

quinta-feira, 20 de novembro de 2014

Sobre discurso e prática





Se quiser dizer de Deus, ou de coisas boas, ou de moral, ou do que quer que seja, imagine que você é um lápis sob uma folha em branco e tudo o que faz vai deixando escrito, para qualquer um e para si mesmo, quem realmente és e o que realmente prega. 

Porque o exemplo é uma forma de ensinamento, seja pelo bem ou pelo mal, pelo certo ou pelo errado. 

Essa reflexão me leva a querer ser cada dia melhor como ser humano. 

Julgar menos. 

Ouvir mais. 

Enxergar minha 'pequenice' diante do universo e recolher-me, muitas vezes, à minha ignorância. 


Nabreu

domingo, 5 de outubro de 2014

Sonhos revisitados



Negar os teus sonhos, em determinado momento da vida, talvez porque as circunstâncias não estão propiciando realizá-los, não diminuirá sua frustração. 

É o mesmo que armazenar numa caixinha úmida e quente, fungos e bactérias... 

É mais leal consigo assumí-los em qualquer estação, ao invés de estupidamente dizer “nunca sonhei”. E na impossibilidade de realizá-los dizer: “sonhei, hoje não sonho mais, hoje sonho outros sonhos”... 

Porque os sonhos também mudam. 

Porque a vida é real. 

Porque frustar-se, assim como alegrar-se, faz parte da nossa existência. 

Fique tranquilo. Livre-se da culpa. Ser humano é ser imperfeito.



Natália Abreu

Um pouco de existencialismo








Para algumas coisas, sorte. Para outras, escolhas.



Nabreu

Assuma





Todo mundo tem uma infelicidade, senão, a felicidade não faria sentido.




Nabreu

Pedra no sapato




Um sapato no pé
Um sapato no chão
Um pé sem sapato
Pé no chão.


Entre o pé e o sapato
O sapato e o chão
O pé que toca
A sola do pé no chão


Deslcaço no chão
Um sapato de lado
Sapato velho, relaxado
Um buraco
Uma pedra no sapato!

Pé descalço
Não pisa em pedra no sapato

É só uma pedra.
Com o pé descalço, um pé machucado!

Pé descalço.




Nabreu

Sei?






Sabe-se lá...

Sei lá...

Sei não.

Sei de mim.


Sei?


Nabreu

Real






O bonito é o imperfeito,
Que na sua imperfeição
É o que é.
Tocável,
Visível,
Alcançável,

Possível.


Nabreu

segunda-feira, 22 de setembro de 2014

A nossa prece


Deus de todo o Universo, obrigado pelas nossas vidas, nossa saúde, nossos trabalhos, nossa família, nossos amigos. Obrigado pelo nosso casamento, pelas nossas conquistas, pela nossa felicidade. Abençoe nossos planos. Que não falte ânimo para alcançá-los. Esteja conosco. Nos guie pelo bem. 

Amém!

quarta-feira, 10 de setembro de 2014

quinta-feira, 19 de junho de 2014

Felicidade possível




"O fato da felicidade não vir pronta, nos traz uma grande possibilidade: construí-la."




Nabreu

quarta-feira, 1 de janeiro de 2014

Relações humanas






"Gosto dos livros, mas aposto no bom senso. Para algumas coisas não existem receitas."


Nabreu

Sobre ser forte




"Em alguns momentos a ingenuidade nos protege de um sofrimento que julgamos insuportável. Em outros momentos a verdade nos revela que não existe o insuperável."
 
 
Nabreu

Liberdade de expressão

"Liberdade de expressão só funciona onde há respeito e disposição para a troca de ideias. Caso contrário, é demasiada demagogia."
 
 
 
Nabreu

Sobre alguns








"O fato de eu observar os adultos me faz amar ainda mais as crianças!"


Nabreu

Pausa e fim



"Trocar a vírgula por ponto final ou o ponto final por vírgula, pode comprometer todo o sentido da frase, já que não se termina uma frase com vírgula."


 
Nabreu


Individualidade


 



"Apesar de uma história comum, é possível escrever uma história particular. Não se abandone."



 Nabreu