sábado, 6 de setembro de 2025

A vida bruta

É preciso encarar a vida

Antes, nua e crua 

Como ela é 

Compreender que a finitude

É uma senhora misteriosa

E nos aceitar vulneráveis, até!

Não é sobre quem reza mais ou menos 

É estar suscetível aos intempéries que nos cercam

Não há amuletos

Não há quem seja ”o escolhido” 

Nem há lição que se aprenda

Com um acaso, sequer

Há um lidar com tudo o que chega

Como chega 

E como vai,

se vai.

Se for, há quem vá junto 

E há quem fique para contar

Que o segredo da vida bruta 

está em não fechar os olhos

Antes da luz se apagar




Natália Abreu