sábado, 26 de janeiro de 2013

O mar



Olhando pro mar
Não imagino a imensidão
Que há de mar
Dentro de mim
Ao navegar-me
Encontro náufragos,
Velejantes
Que se perderam em alto mar
Olhando o oceano...
Ondas confusas a brindar
As profundezas do meu ser
Bebem toda a água do mar
Quem é mais infinito e profundo?
O mar, que diz ser tudo,
Ou eu e meu ser astuto,
Que nunca encontra respostas
Pras perguntas do mundo?


Natália Abreu

Sobre o amor




Tenho comigo
O sentimento mais puro
Vindo do orvalho das folhas
Leve como a brisa
Suave como as flores
Límpido como as águas nascentes
Alegre como o canto dos pássaros
Como o ouro, reluzente.
Tranquilo como a relva
Forte como a correnteza
Eterno como a história

Quero ser o amor
Desde a ponta dos dedos
Até a lágrima que rolar no meu rosto

Quero semear o amor
Cultivar o amor
E colhê-lo.

Viver do amor,
Colocá-lo acima de tudo
E amar como jamais alguém amou
Aliás, o amor é de todas as formas, único.
E o meu será infinito. 

Quero ser o amor em espécie.
E para quem disser que nunca viu o amor,
Eis me ali,
Celebrando como matéria
E não como platônica ideia.

Porque amar é verbo e é ato.
Não morre no desejo,
Não morre na dor,
Não morre no beijo.
Brota da alma,
Sai pela boca
E pelo corpo inteiro.

Porque amor é amor
A qualquer tempo
Fazer amor é mostrar que
Ele está antes de tudo,
No ato de amar.
Não basta verbalizá-lo,
E agradar aos ouvidos
É necessário expressá-lo
E de tal forma,
Que os sentidos encherão
De sua presença o coração.